quinta-feira, 22 de abril de 2010

Mãe, esse é meu namorado.


Eu sempre digo que há uma grande chance de eu ter um infarto agudo do miocárdio ao ver pela primeira vez minha filha dando um beijo na boca de um garoto. Os pais que já presenciaram essa cena poderão, talvez, me dizer o porquê desse meu temor. Mas no fundo, acho que é pela certeza a ficha que cai de uma hora para a outra – de que aquela bonequinha, aquela criança que eu sempre imaginei que nunca iria crescer, cresceu e apareceu (linda) nesse momento acabo de olhar para uma foto da Lilian vestida de coelhinha, com mais ou menos três anos de idade. É, ela cresceu!

Foi no sábado de carnaval. Eu estava sentado na praça com Jorge meu outro filho que brincava com seu pandeiro de plástico, o seu primeiro carnaval quando Lilian se aproximou de mim.

- Oi, mãe!
- Oi, minha filha linda.
- Tá tudo bem?
- Tá sim. E com você?
- Tudo certinho. Nossa, meu irmão tá tão Lindo! Vem João Pedro, no colo da irmã, pra tirar foto.

Tinha mais um casal junto da Lilian. A garota eu conhecia, a melhor amiga da minha filha. O garoto eu não sabia quem era, e a princípio não dei muita importância para a sua presença. Até que Lilian respira fundo, e manda, assim, de uma vez só, sem rodeios:

- mãe, esse é o meu namorado.

Fiquei com um espaço em branco em minha mente por alguns segundos. De imediato não consegui olhar para o jovem rapaz. Olhei apenas para Lilian, esperando que ela dissesse: - Brincadeira, mãe. Mas ela não disse. E pelo brilho que tinha no olhar, e o sorriso nervoso nos lábios, percebi logo que se tratava mesmo de seu primeiro namorado, aquele que se apresenta para mãe e para o pai, aquele que se leva em casa, e em pouco tempo ele já está deitado no sofá com o controle da TV na mão. Sei que é assim que funciona, pois afinal, eu e várias outras mães já tivemos essa experiência com nossos namorados.

Trocamos mais alguns carinhos, conversamos e tiramos mais algumas fotos. Dei-lhe alguns conselhos básicos – aqueles que todas as mães dão:

- Se for sair em algum bloco, tome muito cuidado com possíveis confusões que possam acontecer.
- Não aceite nada de estranhos.
- Se precisar de alguma coisa, me ligue ou me procure.

E, principalmente:

- Tenha juízo, muito juízo.

Antes que eles se fossem, apertei firmemente a mão do rapaz (quer dizer, do namorado da minha filha. Preciso me acostumar com a idéia). E lá foram eles, de mãos dadas. Dois belos jovens, cheios de sonhos e de esperanças no futuro.

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